No universo da geotecnologia, dois termos costumam gerar dúvidas entre profissionais, estudantes e gestores públicos: aerofotogrametria e sensoriamento remoto. Embora ambos envolvam a obtenção de informações sobre a superfície terrestre a partir de sensores e equipamentos aéreos, suas aplicações, métodos e objetivos são bem diferentes. Saber quando utilizar cada um deles é fundamental para garantir resultados mais precisos e assertivos em projetos de engenharia, planejamento urbano, agricultura e meio ambiente.
Neste artigo, você vai entender as principais diferenças entre aerofotogrametria e sensoriamento remoto, suas características técnicas e em quais contextos cada um é melhor indicado. Boa leitura!
O que é aerofotogrametria?
A aerofotogrametria é uma técnica de mapeamento que utiliza imagens aéreas capturadas por câmeras fotográficas instaladas em aeronaves. A partir dessas imagens, é possível gerar representações detalhadas do terreno, como ortofotos, modelos digitais de terreno (MDT), modelos digitais de superfície (MDS) e plantas topográficas.
Esse método é altamente utilizado em projetos que exigem precisão métrica, como obras de engenharia civil, levantamentos cadastrais, delimitação de áreas rurais e urbanas, georreferenciamento de imóveis e regularização fundiária. A aerofotogrametria permite medir distâncias, ângulos e elevações com grande exatidão, o que a torna uma ferramenta indispensável em aplicações técnicas e legais.
Além disso, por usar imagens no espectro da luz visível, a aerofotogrametria fornece uma visualização rica em detalhes, muito semelhante à fotografia convencional, o que facilita a interpretação visual do espaço mapeado.
O que é sensoriamento remoto?
O sensoriamento remoto, por sua vez, é um campo mais amplo. Ele abrange o uso de sensores instalados em plataformas aéreas (como satélites e aeronaves) que captam dados em diferentes faixas do espectro eletromagnético, como o infravermelho, ultravioleta e micro-ondas, além da luz visível.
Diferente da aerofotogrametria, o objetivo principal do sensoriamento remoto não é a medição precisa de formas e distâncias, mas sim a análise das características físicas e químicas da superfície terrestre. Por isso, é muito utilizado em estudos ambientais, análise da vegetação, monitoramento de queimadas, previsão do tempo, mapeamento de uso e cobertura do solo, entre outros.
Um exemplo clássico é o uso de imagens de satélite em agricultura de precisão: com sensores infravermelhos, é possível detectar variações na saúde das plantações antes mesmo que os sintomas sejam visíveis a olho nu.
Principais diferenças entre aerofotogrametria e sensoriamento remoto
A principal diferença entre aerofotogrametria e sensoriamento remoto está no objetivo de cada técnica. A aerofotogrametria busca gerar representações detalhadas e precisas do terreno, com fins métricos, enquanto o sensoriamento remoto tem como foco principal a análise das características da superfície terrestre a partir de diferentes faixas do espectro eletromagnético.
Em termos de sensores utilizados, a aerofotogrametria trabalha com câmeras fotográficas, geralmente no espectro visível, instaladas em aeronaves. Já o sensoriamento remoto utiliza sensores multiespectrais ou hiperespectrais, capazes de captar informações em faixas como o infravermelho, o ultravioleta e até micro-ondas, muitas vezes instalados em satélites.
A plataforma de coleta também varia: a aerofotogrametria depende de voos com aeronaves tripuladas (no caso da Base), que seguem rotas planejadas com sobreposição de imagens. O sensoriamento remoto, por sua vez, é geralmente realizado a partir de satélites que orbitam continuamente a Terra, cobrindo grandes áreas de forma recorrente.
Quanto à precisão geométrica, a aerofotogrametria se destaca. Por isso, é a escolha ideal para projetos que exigem exatidão métrica, como obras de engenharia, levantamentos cadastrais e regularização de imóveis. O sensoriamento remoto, embora menos preciso do ponto de vista métrico, é extremamente eficaz em análises temáticas, como avaliação da cobertura vegetal, monitoramento de queimadas e uso da terra.
Por fim, os produtos gerados por cada técnica também são diferentes. A aerofotogrametria entrega ortofotos, modelos digitais do terreno e da superfície, plantas topográficas e mapas com precisão georreferenciada. O sensoriamento remoto gera mapas temáticos, índices espectrais (como NDVI, para vegetação) e análises voltadas à caracterização ambiental, agrícola ou climática.
Quando usar cada um?
Se o seu projeto exige medidas precisas e detalhamento visual do relevo, como é o caso de obras, projetos de infraestrutura ou regularização de imóveis, a aerofotogrametria é a técnica mais indicada.
Já se o objetivo é analisar propriedades biofísicas do solo, da vegetação ou da atmosfera, o sensoriamento remoto é a melhor escolha, especialmente quando o mapeamento precisa cobrir áreas muito extensas com rapidez e frequência.
Em muitos casos, essas duas abordagens podem ser complementares, oferecendo um diagnóstico completo da área analisada. Por exemplo, um município pode usar aerofotogrametria para mapear sua malha urbana e sensoriamento remoto para monitorar áreas de vegetação e expansão urbana.
Aerofotogrametria e sensoriamento remoto são tecnologias diferentes, mas igualmente valiosas para a compreensão e o gerenciamento do espaço geográfico. Enquanto a aerofotogrametria foca na representação precisa do terreno, o sensoriamento remoto traz uma visão analítica sobre as características da superfície terrestre.
Ao entender as diferenças entre essas técnicas, você estará mais preparado para tomar decisões estratégicas em projetos técnicos, ambientais ou de planejamento territorial. E sempre que precisar de precisão e confiabilidade em mapeamento aéreo, conte com a expertise da Base!
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